O amor nos torna humanos

Temos grande motivo de alegria e razão indiscutível para renovarmos nossas esperanças: nascemos com a capacidade de amar e todos nós a exercemos pelo menos uma vez na vida. Caso contrário, não nos manteríamos de pé como seres humanos, cairíamos e levantaríamos transformados em qualquer espécie indigna.

O mundo e sua maldade, diremos, negam esta capacidade poética, mas na verdade no máximo contradizem; afinal, somos seres de contradições. Imediatamente substituímos desejos atendidos, incessantemente queremos mais quando precisamos de pouco, anseios desnecessários são os mais pungentes… E mesmo tomados pela confusão entre vontades descartáveis e necessidades legítimas, experimentamos o amor com coragem e escolhemos doar a própria vida à uma causa ou a alguém.

A preferência pela dedicação ao próximo, quando obter vantagens individuais se apresenta como opção prática, nos diferencia das demais espécies que instintivamente agem a favor do bem coletivo. Contudo, é apenas nossa primeira característica que de forma alguma nos coloca em posição superior na natureza, visto que manter-nos em igualdade nos aproxima, não suportamos solidão.

Naturalmente iniciar a vida na direção justa, não o livre arbítrio do segundo passo, é o que nos torna humanos. Que nossa existência seja pautada por esta lembrança para que continuemos bons.

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