A presidente Dilma Rousseff disse que o dia da Independência é a data mais importante para o Brasil. Mas, nenhum brasileiro pendurou a bandeira nacional na janela de casa no último Sete de Setembro, ninguém comemorou a data ou publicou seu orgulho por ser cidadão do país. Temos principalmente motivos de vergonha, tantos quanto no passado colonial.
São patrimônios brasileiros incontáveis escândalos de corrupção ocorridos desde o ano do Descobrimento, entre eles o recente Petrolão, maior esquema de desvio de dinheiro que o mundo já viu, e o Mensalão, outra imoralidade concebida por indivíduos-chave do partido de Dilma. Como comemorar quando a honestidade do comando político nacional é duvidosa e, inclusive, os presidentes do Congresso são parte da lista de investigados por roubalheiras?
Lesado por seus representantes eleitos, após perder horas preciosas nos engarrafamentos dos centros urbanos, enfrentar filas intermináveis nos hospitais públicos e sofrer ameaças governamentais de aumento dos impostos, o trabalhador não tem vontade nem forças para levantar qualquer bandeira.
A condição de hospedeiros dos parasitas que se alimentam do Brasil há séculos nos levou à loucura coletiva, os índices de violência altíssimos provam. Além do tráfico indiscriminado de armas e drogas, acorrentamos em postes e espancamos brutalmente menores de idade, alegando que merecem punição por seus crimes. E no meio da rua, em plena luz do dia, executamos outros seres humanos sem pudor, aos olhos das câmeras. A sociedade brasileira, corrupta, violenta, seria ainda mais insana se cantasse orgulhosamente nos feriados nacionais.
Eventualmente conquistamos prêmios no meio científico, é verdade, e no Sul do Brasil e no interior de São Paulo há cidades com relativa dignidade humana, como mostram os números do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Na maior parte do país, contudo, predominam a má formação educacional, a desigualdade social e a insegurança, por isso é falsa a propaganda política de que somos uma nação organizada. Sem motivos de orgulho não há sequer nação.