Desespero é o sentimento comum

Alan Marques/Folhapress

O primeiro mandato da presidente Dilma foi apático, antipático e previsível, como ela mesma, e o segundo se mostra ainda mais decepcionante: a economia retrocede como uma das piores do mundo, a inflação rompe cada meta estabelecida pelo governo e a operação do Partido dos Trabalhadores (PT) se confirma como abominavelmente corrupta. O cidadão capaz de discernir o atual quadro político e econômico do Brasil está desesperado.

Vendo o desemprego alcançar 8,3% da população e a renda média do trabalhador cair 0,5% em relação ao primeiro trimestre, a falta de esperança dos brasileiros se manifesta de formas diversas: muitos protestam nas ruas, como no dia 16/08/2015, em todos os Estados da Federação, outros batem a colher de pau no fundo da panela diante da televisão, enquanto é transmitido o discurso presidencial; há aqueles que enchem a cara de cachaça nos bares para esquecer a realidade decadente e alguns ainda enlouquecem totalmente, ao ponto de criar blogs violentos e páginas de revolta nas redes sociais. São vítimas do legado da ineficiência petista, sem saber ao certo o que fazer para salvar a si mesmo.

A maneira humilhante como o governo trata o povo agrava o desespero popular. Para o Planalto somos um parente distante quase esquecido, sem importância, que mora no interior do país e eventualmente recebe notícias atrasadas da família. Recebemos de Dilma, a matriarca, a notícia de que a crise é grave, mas ela demorou para perceber. Faltou sinceridade, diálogo e inteligência da parte dela, antes que o caos se instalasse. Desta omissão se originou a terrível impotência que o Brasil padece agora.

Mesmo paralisados, nos agarramos à certeza de que Dilma não livrará o Brasil da crise que ajudou a provocar. A reprovação ao seu governo atingiu a inédita marca de 71%, sinal de que o povo mantém certa lucidez. Afinal, em 12 anos o jeito PT de governar não foi capaz de direcionar a economia a um ritmo consistente de crescimento, males antigos, como a inflação, retornam e somos extremamente frágeis às menores oscilações externas.

Desejar a renúncia da presidente Dilma, predominantemente arrogante e perdida, é a única demonstração de otimismo ao alcance dos brasileiros hoje.

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