Nanci insiste nas escolhas erradas

Nanci insiste nas escolhas erradas

Se dependesse exclusivamente das ações do prefeito, São Gonçalo seria um homem de quase 70 anos de idade, sedentário, doente, que passa as noites de sábado assistindo televisão e reclamando da vida sozinho. Ao invés de promover parcerias para estudar soluções para os problemas profundos do município, como o alto desemprego que afeta a juventude, José Luiz Nanci insiste em dedicar seu tempo inaugurando pracinhas com três aparelhos de ginástica ou acompanhando ruas sendo varridas. O prefeito se mantém imerso na rotina básica do Poder Executivo, visitando hospitais e tirando selfies com funcionários. Ele nunca teve ambição de fazer nada transformador, de viabilizar uma corrente de pensamento que tire São Gonçalo do buraco.

Dizem que o município não tem dinheiro para investir, criar, reformar etc. Que arrecada pouco. Isso não é desculpa porque não é novidade. Quando alguém se candidata a prefeito da segunda maior população do Estado do Rio de Janeiro, espera-se que apresente estratégias para lidar com as dificuldades financeiras. Quando não têm recursos, as instituições inovam, empreendem, se ajudam. A gestão pública deve fazer o mesmo.

Em Niterói, neste mês de maio, está acontecendo o HackNit, evento onde programadores, designers e outros profissionais se unem para discutir ideias e desenvolver soluções tecnológicas para problemas da cidade. As melhores criações ganham prêmios e a cidade pode aplicá-las no seu dia-a-dia. São Gonçalo é capaz de promover seu próprio evento, com vontade política e esforço em busca de patrocínio. Há inúmeras tecnologias gratuitas e de qualidade. E alguns dos melhores profissionais de tecnologia que trabalham em Niterói e no Rio de Janeiro dormem todas as noites aqui, em São Gonçalo.

Diante das limitações intelectuais do seu governo, Nanci precisa ter humildade, buscar inspiração em outros lugares do mundo, se aproximar dos gonçalenses com inteligência e capacidade de criação. Muitos já conduzem seus projetos e um pouco de incentivo governamental ajudaria bastante. Pois faz tempo que não somos mais a “Manchester Fluminense”. Através do apoio às vocações do município, como as artes urbanas, novas indústrias podem se desenvolver.

É graças a iniciativas populares, aliás, que São Gonçalo não afunda completamente na passividade do prefeito e no estúpido drama de relacionamento entre ele, a primeira-dama e o vice-prefeito. Nas noites de sábado, por exemplo, em vez de ficarem em casa assistindo televisão, há jovens conversando sobre assuntos variados como a Revolução Mexicana de 1910 e melhores técnicas de mixagem de som na Roda Cultural do Alcântara, na praça Chico Mendes. Lá eles trocam livros e andam de skate.

Apesar do esforço de muitos, a cidade precisa de um governo municipal forte e eficiente. O isolamento de Zé Luiz, sua pior escolha, mantém São Gonçalo parada de pé no meio do caminho, sem funcionar plenamente, como o Teatro Municipal.

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