Referência no combate ao coronavírus em São Gonçalo, acolhendo inclusive pacientes vindos de cidades vizinhas, o atendimento no Hospital Franciscano Nossa Senhora das Graças, em Lagoinha, mais conhecido como Hospital das Freiras, começa com uma mentira dita na portaria do hospital aos doentes que passam por ela.
– Aqui só fazemos o teste rápido, no dedo, é o procedimento – me recebeu o rapaz trabalhando na portaria, sem uniforme e sem identificação visível, sentado atrás de um muro baixo.
O “procedimento” no Hospital das Freiras é tão repetido nas dependências dele e se tornou tão popular que vizinhos e amigos já haviam me alertado. Respondi ao rapaz que sabia da limitação, mas precisava, o quanto antes, que algum teste fosse aplicado no meu pai, que tinha febre há uma semana. Fomos autorizados a entrar depois do nosso consentimento em receber o atendimento inferior, visto que o teste mais indicado para quem começou a sofrer com os sintomas é o RT-PCR, considerado “padrão ouro” pelas autoridades de saúde.
Era a primeira semana desse mês e havia menos de dez pessoas na fila dentro do hospital, número razoável para a realidade da saúde pública brasileira. Vinte minutos depois de chegarmos, meu pai passou pela triagem, onde foi entrevistado pela enfermeira e explicou os sintomas que sentia. Novamente o “procedimento” foi citado. A orientação era entregar a documentação na recepção para fazer o exame sorológico, embora meu pai tenha mostrado o pedido médico de outra unidade de saúde para a realização do RT-PCR, feito por meio de um cotonete introduzido nas narinas.
Sentada na frente de um balde que amparava as goteiras do teto, a recepcionista do Hospital das Freiras pegou a documentação e mandou meu pai aguardar pela segunda vez. Uma amostra de sangue foi extraída do dedo dele e uma terceira espera começou, dessa vez para pegar o resultado do exame.
Febril, fraco e cansado, o resultado deu negativo e um enfermeiro dispensou meu pai, de 67 anos, para voltar pra casa. A sensação de apresentar sintomas parecidos com os da Covid-19 e ter em mãos um resultado negativo era de estranheza e felicidade ao mesmo tempo. Desanimado, mas movido por uma alegria que descobrimos depois ter sido equivocada, ele agradeceu a toda equipe médica. Por último, retornou espontaneamente à triagem para agradecer à primeira enfermeira pelo atendimento. Com um idoso visivelmente debilitado na frente dela, a enfermeira deve ter sido tomada por um senso de profissionalismo, ou pena, e sussurrou, para que outros pacientes na recepção não ouvissem.
– É muito difícil eles fazerem isso aqui, é preciso insistir bastante, mas nós também realizamos o PCR. Vou tentar para o senhor. Espere um pouco, por favor.
Quando a recepção ficou vazia por alguns instantes, a enfermeira nos levou para outra sala de espera. Meia hora depois, meu pai fazia o exame que, de acordo com a equipe do Hospital das Freiras, não está disponível ali e não faz parte do “procedimento”.
O procedimento é enganar a população. Pacientes que conhecem alguém da equipe do hospital recebem tratamento diferenciado e fazem, em segredo, o RT-PCR. Idosos gentis em estado grave contam, às vezes, com a mesma sorte. Outros pacientes em estado semelhante ao do meu pai voltaram para casa naquele dia sem a chance de um diagnóstico mais preciso. Alguns recuperavam o fôlego embaixo da sombra das árvores do Hospital das Freiras antes de irem embora cabisbaixos.
O resultado do segundo exame levou quatro dias e deu positivo. Se meu pai não voltasse à triagem para se despedir, não teria feito o exame. Saúde é direito previsto na Constituição, não pode ser objeto de caridade. Além disso, diagnosticar a doença é fundamental para evitar a disseminação e iniciar o tratamento adequado.
Ressalto que hospital não mais PERTENCE AS FREIRAS E SIM A PREFEITURA. OU SEJA GESTÃO MUNICIPAL. ESTÃO USANDO O NOME DA CONGREGAÇAO FRANCISCANA.
Levei meu pai a este hospital em outubro. Meu pai estava com peneumonia nos dois pulmões. Fez esse teste do dedo que deu negativo pra covid , mas como já estava com 85 anos e estava com bastante falta de ar e eu falei da pneumonia, eles resolveram fazer outro raio x e após decidiram por interna-lo . Meu pai ficou internado durante 13 dias na ala do Covid( se não tinha, certamente contraiu lá dentro), sem ter acesso a família , sem resultado positivo para covid e daí então faleceu. No óbito foi colocado ( suspeita de covid) , uma vez que ele também tinha enfisema pulmonar decorrente de muitos anos de cigarro e por conta do resultado do teste feito com sangue arterial não ter saído até o dia da sua morte. Enfim , nunca iremos saber se internaram ele na intenção de tratá- lo e curá-lo, ou se viram na situação dele apenas uma oportunidade de engrossar a lista dos óbitos por Corona Vírus, como de fato aconteceu. Sobre a família, foram 13 longos dias de desespero ao lado do telefone recebendo notícias desencontradas , várias idas ao hospital para escutar desculpas dos assistentes sociais e ainda ouvir abobrinhas de uma infeliz psicóloga.
Fico contente que você e seu pai tiveram mais sorte.
Seria bom editar a matéria e acrescentar que atualmente o Hospital das Freiras está sendo administrado pela Prefeitura de São Gonçalo. Todos os funcionários, informações e procedimentos / protocolos realizados são de responsabilidade da prefeitura e não das Irmãs Franciscanas.
Levei minha mãe no dia 08/10/2020 para realizar o exame, pois passou mal e a levamos na UPA do Pacheco, aonde o exame deu infecção Urinária, e ela tb estava com sintomas da Covid, seguimos direto para às Freitas, onde ela não parava de tossir e ter falta de ar. ( minha mãe é deficiente) Fizemos o exame sorologico, na qual para minha surpresa, o meu testou positivo e minha mãe negativo. Pedi para falar com um médico, não ia sair dalí com ela ruim. Os médicos atenciosos, medicaram ela, e me falaram q esse exame pode ter dado um falso negativo, e falaram q o ideal era fazer o do cotonete. Perguntei se podiam fazer ali, mandaram eu ir em SG. Ahh.. não iam me médicar pq eu estava sem sintomas, mas tive alguns na semana anterior. Resumindo: Até hoje eu não sei se realmente eu tive o Covid e nem minha mãe. Obs: 10 dias depois fui fazer outro, deu negativo! Não confio nesse exame de sorologia.
A culpa não é do hospital, pois sempre foi um hospital ótimo. A culpa é da gestão que está no momento. ( Vamos lembrar que o Hospital das Freiras, está no momento com o município)
Meu tio ficou internado nesse hospital com covid, e cada dia os médicos davam notícias que enchiam nossos corações de esperança, foi uma pena minha prima não ter gravado cada ligação, pois cada médico falava uma coisa, diziam que meu tio estava melhorando e até pediram autorização para fazer traqueostomia, pois diziam que meu tio ia ser extubado, pois o mesmo estava tentando tirar os tubos com as próprias mãos, fala do médico. Minha prima correu e autorizou , logo no dia seguinte eles ligaram e falaram que meu tio tinha sido extubado e que estava respondendo bem, que já havia passado 24 h e q estava progredindo, ficamos super felizes, para no mesmo dia, 20 de dezembro, eles informarem que meu tio tinha falecido. Quando minha prima foi pessoalmente conversar com os médicos eles falaram que era coisa da cabeça da minha prima e que meu tio nunca havia melhorado e nem a traqueostomia eles haviam feito como tinham falado no dia anterior! Minha prima questionou, como assim, e as ligações positivas e para que autorização para traqueostomia? Um absurdo o que passamos. É lamentável a postura de certos médicos, uma crueldade com a família! Repugnante , não leve seus familiares a esse hospital! Não queremos que outras famílias sofram o que sofremos! Eu tentei resumir o sofrimento que nos passamos!
Ótimo texto, parabéns!
Tenho pavor desse hospital …Vinha de um enterro no cemitério de ipiiba quando meu vizinho na volta passou mal e ele estava infartando sentindo dor no peito e no estômago quando o Dr. Alexandre lhe aplicou uma injeção cavalar de Dipirona e plasil e ranitidiina e glicose e em menos de 5 minutos o meu vizinho estava morto …Ele entendeu que meu vizinho estava alcoolizado …
Passei com isso com a minha mãe e minha mãe não resistiu e veio a óbito, parece que eu estava lendo o que aconteceu com minha mãe 😢 uma falta de respeito, mais pra eles é só mais um, somos apenas números e não pessoas.
Eu e meu esposo fizemos também 2 exames neste hospital,todos resultados negativo,para nossa estranheza,pois estávamos com todos os sintomas do covid, não acreditando no resultado e piorando os sintomas chegando a ter falta de ar ,meu esposo resolveu nós medicar com os remédios que os medicos estão indicando para o covid,foi aí que melhoramos,ficando ainda com algumas sequelas.Tendo a certeza que mesmo os resultados do exame dando negativo,sabendo que sim tivemos covid sim ,e já imaginava que os exames deste hospital era falso.
Toda rede da saúde funcionam assim eles atendem quem eles querem .se o paciente tiver “costa quente” beleza !! será atendido senão tiver .vai aguardar sua vez morrendo na fila. Eles não tão nem aí pro problema de cada um não..sou prova disso .fui fazer um exame do covid numa clínica da prefeitura em frente ao 7 batalhão em S.G saí do trabalho correndo na Barra da Tijuca sou cuidadora de idosos nem almocei pra chegar nessa clínica de São Gonçalo. Pois o atendimento segundo me informei antes que o atendimento era até as 15 horas pra fazer o teste do covid eu cheguei as15:20 falou que encerrou o horário do teste. O outro seria só às 18hs..aceitei de boa..fiquei lá esperando o outro turno..depois chegou 2 pessoas depois de mim..contaram história triste e levaram lá pra dentro ..E porque num fizeram em mim ? Pois já estava ali aguardando o outro horário como uma cidadã comum..os espertos que conheciam alguém lá de dentro..rapidinho deram aquele jeitinho brasileiro..E eu ? Fiquei esperando de 15:20 até às 18:00 vindo do trabalho, cansada.,sem estar alimentada ..esperando fazer o teste do Covid..um negocio que não fica nem 5 minutos pra fazer..É né..serve de lição
Meu pai foi na emergência desse hospital “referência” com todos os sintomas de covid, com 70 anos de idade, diabético e hipertenso e ficou no soro e tomou glicose. O teste rápido também deu negativo, mesmo dois dias depois pegando o resultado de um PCR positivo. Foi orientado após tomar soro e insulina retornar para casa, mesmo com a glicose ainda alta, pois não poderia ser considerado um paciente em estado grave de covid, pois segundo os médicos não tinha nada de suspeito nós pulmões e não apresentava falta de ar (mesmo sem exame específico). Verificaram que os rins dele estavam debilitados e que depois ele teria que procurar um especialista, mas não o internaram. Na madrugada deste mesmo dia ele passou mal, internou na upa de manilha com fortes dificuldades pra respirar, glicose alta em mais de 500 e ficou 7 dias na upa a espera de uma trasnferencia de um leito de UTI que não aconteceu, morreu 7 dias depois com laudo de suspeito covid (que já estava confirmado pelo PCR positivo que fez através do aplicativo dados do bem na upa do Colubandê) após ter sido intubado e ter uma parada cardíorespiratoria. Infelizmente meu pai não teve estrutura da saúde precária do nosso país, quando precisou. Hoje sou mais uma que chora por um pai que virou somente número e está na estatística dessa doença maldita.
Levei meu filho no hospital das freiras,ele nem estava se aguentando em pé,ficou deitado na calçada queimando em febre,demorou 5 horas e meia para ser atendido, no final conversei com o rapaz que estava controlando a entrada dentro do hospital, ele viu a situação do meu depois d muito tempo colocou ele para dentro ,meu filho fez o exame deu negativo uma semana depois meu filho piorou levei para o hospital geral, muito mal graças à Deus ñ aconteceu o pior.dias depois minha neta pegou covid pq teve contato direto com o tio foi parar no getulinho em estado grave, a saturação 72,graças à Deus só foi o susto mas se eles tivessem o atendimento adequado muita coisa poderia ser remediada