Neilton Mulim e a prefeita anterior, Aparecida Panisset, têm muito em comum: ambos colecionam multas aplicadas pelo Tribunal de Contas do Estado e receberam processo criminal por improbidade administrativa. Quando São Gonçalo terá um prefeito honesto, que faça seu trabalho com dignidade?
Mulim atrasou o quanto pôde a licitação da coleta de lixo – emporcalhando as ruas da cidade – e favoreceu a empresa Marquise com contratos de emergência milionários, o que levou o Ministério Público a abrir processo contra ele. Panisset também se aproveitou do dinheiro do gonçalense e sustentou ilegalmente a instituição religiosa Casa do Saber, que sequer comprovou serviços prestados ao município.
Por 8 anos Panisset entregou São Gonçalo ao fanatismo religioso, que destruiu patrimônios históricos e culturais, como a Praça Chico Mendes e a casa onde nasceu a Umbanda; não satisfeita com os danos causados, ela cedeu a única praça de Alcântara, segundo maior bairro da cidade, à cobiça dos empresários construtores de shoppings.
O prefeito atual, que governará a cidade até o fim de 2016, igualmente despreza a cultura popular – recentemente, por pura ignorância, o maior evento musical gonçalense foi cancelado pela Prefeitura. Mulim ainda insiste em outra prática torpe, a recusa em pagar ao professor municipal o piso salarial estabelecido na Constituição Federal.
É hábito comum entre os políticos da mesma laia prometer aos quatro ventos reverter as besteiras do seu antecessor (ou antecessora), sem cumprir absolutamente nenhuma das promessas. Há meses Mulim prometeu licitar a revitalização da praça Chico Mendes e a urbanização do Alcântara, mas ambos continuam duas provas da absurda desonestidade dos últimos prefeitos gonçalenses.
São Gonçalo possui grande extensão territorial, e baixíssimo nível de urbanização. Enorme população, com reduzido grau de instrução. Graves problemas de gestão, mas baixa capacitação técnica e pouca vontade política. Sendo uma cidade de extremos, ela merece um prefeito que pelo menos não seja multado pela Justiça, não incorra em improbidades administrativas, não corte suas árvores para pendurar propaganda política, não permita que comerciantes joguem lixo na calçada e, finalmente, não a trate como se fosse seu bordel particular.