“Se você tivesse que escolher entre Neilton Mulim e Aparecida Panisset para governar novamente São Gonçalo por 4 anos, quem escolheria?”. Essa pergunta poderia ser feita no programa Encontro, da Fátima Bernardes, de tão idiota. Não se escolhe entre duas bombas, ainda que tenham raios de alcance distintos, porque a destruição causada por ambas é inaceitável. A escolha correta seria: nenhum dos dois. Há sempre uma terceira opção.
O trauma do governo Panisset foi avassalador. Em 2014 a ex-prefeita foi condenada por desvio de verbas públicas em convênio entre a Prefeitura e a entidade Templo Pentecostal Casa do Saber (O Globo). Condenação que marca o fanatismo de Panisset na história gonçalense. E até hoje ela é alvo de inquéritos que apontam fraudes na sua gestão (Extra). Não para por aí: Panisset permitiu um ataque covarde contra a cultura e a religião brasileira: a destruição da casa onde nasceu a Umbanda, em Neves. E a terceira e a quarta praça mais importantes da cidade foram usurpadas, a praça Carlos Gianelli, em Alcântara, e a praça Chico Mendes, no Raul Veiga.
Mulim é visto por muitos gonçalenses como uma bomba de destruição menor que Panisset. Na verdade o fim do seu governo pode ser comparado ao término de uma ditadura marcada pela obscuridade na administração, corrupção e abandono na Educação e desrespeito contra o servidor público, que sofre com o atraso de salários.
O prefeito tem o hábito de ignorar pedidos de informação sobre a gestão da cidade, mesmo com a insistência de alguns vereadores. O resultado do despotismo é uma dívida pública de R$ 600 milhões, estimada pela equipe de transição do próximo prefeito, José Luiz Nanci.
Mulim é tão destruidor quanto Panisset porque foi um prefeito ausente, insensível, que assistiu tranquilamente ao desprezo do governo do Estado do Rio de Janeiro por São Gonçalo. Palco de piadas envolvendo a Linha 3 do Metrô e dominada por toda sorte de bandidos.
Do início ao fim do governo “Ruim”, as crianças saíram cedo da escola por falta de professor ou merenda, com fome, intelectualmente limitadas. Tantos e tantos jovens não terminaram o Ensino Médio e se uniram ao redor das drogas.
O gonçalense adulto vive de bicos, na informalidade, disputa espaço com poças de esgoto embaixo do viaduto de Alcântara pra ganhar algum dinheiro. Vende no chão mesmo, ao lado da lama e da sujeira, calça jeans, iogurte, pão, relógios e CDs falsificados.
Com Mulim no poder, sem planejamento administrativo, projeto, ideologia ou alguém que pensasse a cidade, São Gonçalo tem o cheiro do lixo não recolhido.